A caminhada
12 de agosto de 2006
Acho que a vontade de iniciar a caminhada é tão grande que resolvemos começá-la antes da data prevista, ou pelo menos um trecho dela.
Através do reconhecimento do terreno e de alguns sobrevôos pela carta topográfica de Caeté, identificamos um trecho não muito longo por onde passaremos daqui a alguns dias. São aproximadamente 12km, algo que em condições normais faríamos em 3, no máximo 4 horas. Só que ao contrário, temos gastado este tempo para avançar entre 1 e 2 km.
Em um trecho de crista fina, com altitude variando entre 1316 e 1480 metros, uma mata secundária marca a paisagem dificultando nossa progressão. Os trieiros estão sujos, tanto do capim que cresce quanto das taquaras que formam verdadeiras paredes. Em alguns pontos a trilha que porventura existiu naqueles altos de serra parece desaparecer, ou pelo menos coloca a prova nossa perícia, paciência e disposição para encontrá-la ou mesmo recriá-la.
Novas espécies de aves
O trabalho em três foi bem satisfatório. Apesar de não conseguirmos chegar nem à metade da distância desejada, foi um ótimo dia. Um dia de reencontro de amigos em um lugar muito especial, na montanha. Apesar das mãos calejadas, dos braços cortados, foram momentos alegres, de conversa, de boas risadas e de expectativa em relação ao que nos espera pelo caminho. Mesmo que pessoas já tenham passado por aquele lugar, foi um dia de exploração, de curiosa descoberta de caminhos e de início dos levantamentos de flora e fauna. Foram identificadas 25 espécies de aves diferentes, além de uma possível espécie de taquara que estava dando sementes e atraindo diversas aves que se alimentam das mesmas.
Ainda essa semana voltamos para a mesma região para continuarmos nosso trabalho. Além de ganharmos tempo com a identificação e limpeza do caminho, vamos aos poucos diminuindo a ansiedade pela partida.
Texto: Herbert Pardini
Fotos – Marcelo Andrê
Levantamento de Flora e Fauna – Marcelo Vasconcelos
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