quinta-feira, setembro 21, 2006

12º Dia – Quarta Feira, 13 de setembro de 2006

Diário da Expedição Desafio do Espinhaço
Crédito dos Textos: Herbert Pardini

Chegamos à MG-010

Mais um dia de céu azul. Levantamos um pouco mais tarde, sem pressa de sair. O Travessão é um local especial. As imagens das paredes do cânion por onde descem as águas do Rio do Peixe foram registradas através de slides, fotografia digital e vídeo. Nossa caminhada (bem mais curta que a do dia anterior) nos levará à MG-010, à sede do Parque Nacional da Serra do Cipó às margens da rodovia que segue para Conceição do Mato Dentro.

Logo no início da caminhada avistamos os primeiros registros da presença de habitantes nesta região. Pinturas em meio às lajes de quartzito representavam animais, demonstrações possíveis do porte da fauna que circulava por aqueles campos no passado. A vertente acentuada da Serra do Alto Palácio nos indicava o caminho a seguir. Alcançamos a crista e o limite a Nordeste do Parque Nacional após uma lenta subida.

Do alto foi possível avistar a rodovia, alguns empreendimentos de hospedagem e propriedades rurais. A rodovia antes de terra hoje se encontra asfaltada. As dificuldades que impediam o acesso à região parecem começar a ser resolvidas. O asfalto com certeza é um marco importante na história da Serra. No futuro saberemos se este marco será positivo ou não.

Pelo rádio fizemos contato às 13h com Ruslan. Nosso companheiro de viagem já se encontrava desde a tarde anterior na sede do IBAMA a nossa espera. Foi bom conversar com ele novamente. A rodovia que do alto da Serra parecia ainda distante, a cada momento se aproximava de nós. Acompanhando trilhas em meio aos campos, atravessando cercas, em pouco tempo chegamos a ela. Estávamos de novo junto à civilização. A estranha sensação de pisar no asfalto se repetiu quatro dias depois de termos atravessado a BR-381. Fomos parabenizados por funcionários da empreiteira responsável pelas obras da estrada e entramos na sede do IBAMA.

Depois das dificuldades de ontem, estamos agora em uma casa com banho quente, fogão, geladeira, cama com colchão. Por isso é preciso viver a vida em cada um de seus momentos. As sensações são passageiras sejam elas boas ou ruins. O que é o tempo se não uma sucessão de agoras? Continuemos nossa Expedição e nossa caminhada. Chegamos em mais um marco simbólico dessa travessia. O próximo será a rodovia que liga Curvelo a Diamantina. Até lá serão novas e verdadeiras emoções.

Amanhã paramos. O dia 14 de setembro conforme previsto será o dia de descanso, atualização de informações e recepção dos novos integrantes da Expedição – dois repórteres da Revista Terra que nos acompanharão até a cidade de Diamantina.

Equipe da caminhada: Herbert Pardini e Marcelo Andrê
Apoio: Ruslan Fernandes