sexta-feira, setembro 29, 2006
quarta-feira, setembro 27, 2006
terça-feira, setembro 26, 2006
22o. Dia – Sábado 23 de Setembro de 2006
Chegamos em Diamantina. Hoje é Primavera.
Entre as várias boas coincidências dessa Expedição, mais uma estava guardada para o final. O Espinhaço conhecido principalmente pela sua riqueza e diversidade de sua flora, tinha, no dia de início da Estação das Flores, a conclusão da Expedição Desafio do Espinhaço. A chegada em Diamantina não poderia ocorrer em uma data melhor.
O dia começou cedo para Ruslan que as 4:00h da manhã seguiu para Gouveia para receber Fiote e França. Assim que percebi sua chegada pulei da cama e voltei a trabalhar no computador. Um a um a equipe foi despertando e nossos amigos eram recebidos pelos que já estavam na casa.
Arrumadas as mochilas e colocados todos os equipamentos no carro era hora de partir, dar tchau às pessoas que tão bem nos receberam em Barão de Guaicuí e seguir para a caminhada final.
Antes disso era importante conversar. Num momento de pura emoção, sentados em um dos cômodos da casa que por dois dias nos acolheu, 6 amigos se despediam da Expedição. Se despediam do campo, mas levavam consigo momentos inesquecíveis passados no lugar em que mais gostamos de estar, nas montanhas. Mais que uma realização de montanhismo ou de uma exploração científica, levávamos dali lembranças de companheirismo, alegria, fraternidade, cordialidade, respeito e amizade. Lembranças essas que fizeram com que todo o planejamento fosse cumprido como previsto. Com que todos chegassem ao final bem, sem problemas. As dificuldades foram vencidas através do pensamento em um objetivo comum maior. As dificuldades foram transformadas em grandes piadas. Vivemos 22 dias de plenitude.
O que será a partir de agora ainda não sabemos. Vamos fazer de tudo para levar a frente os objetivos propostos. Mas de uma coisa temos certeza: momentos como os vividos aqui dificilmente serão vividos novamente. Privilegiados nós somos por durante 22 dias estarmos em contato direto com a natureza e com as pessoas que nela vivem. Poder beber as águas que descem da serra, admirar o canto dos pássaros, conversar com as pessoas, acordar e ter certeza que o dia seria ainda melhor que o anterior. As paisagens do Espinhaço e seus moradores marcaram os corações de nós caminhantes. Impossível conter as lágrimas ao pensar no que foi realizado. Ao pensar que estava feito aquilo que nos propomos a fazer.
Os últimos quilômetros antes de chegar à Diamantina foram marcados pela expectativa, pelos momentos de individualidade e reflexão, pelos bate papos sobre assuntos que parecem nunca se esgotar. Quantas pessoas estariam nos esperando na Igreja Matriz de Diamantina?
Seguindo pela antiga estrada de ferro, entramos por volta das 14h nas ruas calçadas da cidade. A sensação estranha de ter que se preocupar com os carros na rua era um incômodo. As pessoas nos olhavam com curiosidade e faziam comentários. Talvez alguns poucos soubessem o que estávamos acabando de fazer, mas para a maioria talvez fossemos apenas um bando de homens à toa, sem coisa melhor a fazer.
De repente, mais rápido do que se imaginava, estávamos no Centro Histórico de Diamantina em frente à Igreja Matriz. Jussara como sempre estava nos aguardando. Ao lado dela Marianne e Marcelo, a esposa e um amigo de Marcelo Vasconcelos, Cláudia da assessoria de comunicação. Rodrigo França que fez o último trecho da caminhada foi também cumprimentado por todos.
Como combinado à noite fizemos uma apresentação para mais de 100 moradores de Diamantina que se interessaram pelo tema e foram ao Mercado Municipal. Foi mais um dos emocionantes momentos da Expedição. Achávamos que o estoque de lágrimas já havia acabado durante a conversa da manhã, mas insistentemente elas teimavam em cair.
Expedição concluída. Agora voltamos à vida cotidiana. Voltamos para lugares onde muitas vezes nos sentimos estrangeiros, desajustados ao modo de vida da sociedade e ávidos por um novo grande desafio – nas montanhas é claro.
Texto: Herbert Pardini
Equipe da caminhada: Herbert Pardini, Marcelo Andrê, Bruno Costa e Silva, Marcelo Vasconcelos, Paulo Fiote e Rodrigo França.
Apoio: Ruslan Fernandes
Entre as várias boas coincidências dessa Expedição, mais uma estava guardada para o final. O Espinhaço conhecido principalmente pela sua riqueza e diversidade de sua flora, tinha, no dia de início da Estação das Flores, a conclusão da Expedição Desafio do Espinhaço. A chegada em Diamantina não poderia ocorrer em uma data melhor.
O dia começou cedo para Ruslan que as 4:00h da manhã seguiu para Gouveia para receber Fiote e França. Assim que percebi sua chegada pulei da cama e voltei a trabalhar no computador. Um a um a equipe foi despertando e nossos amigos eram recebidos pelos que já estavam na casa.
Arrumadas as mochilas e colocados todos os equipamentos no carro era hora de partir, dar tchau às pessoas que tão bem nos receberam em Barão de Guaicuí e seguir para a caminhada final.
Antes disso era importante conversar. Num momento de pura emoção, sentados em um dos cômodos da casa que por dois dias nos acolheu, 6 amigos se despediam da Expedição. Se despediam do campo, mas levavam consigo momentos inesquecíveis passados no lugar em que mais gostamos de estar, nas montanhas. Mais que uma realização de montanhismo ou de uma exploração científica, levávamos dali lembranças de companheirismo, alegria, fraternidade, cordialidade, respeito e amizade. Lembranças essas que fizeram com que todo o planejamento fosse cumprido como previsto. Com que todos chegassem ao final bem, sem problemas. As dificuldades foram vencidas através do pensamento em um objetivo comum maior. As dificuldades foram transformadas em grandes piadas. Vivemos 22 dias de plenitude.
O que será a partir de agora ainda não sabemos. Vamos fazer de tudo para levar a frente os objetivos propostos. Mas de uma coisa temos certeza: momentos como os vividos aqui dificilmente serão vividos novamente. Privilegiados nós somos por durante 22 dias estarmos em contato direto com a natureza e com as pessoas que nela vivem. Poder beber as águas que descem da serra, admirar o canto dos pássaros, conversar com as pessoas, acordar e ter certeza que o dia seria ainda melhor que o anterior. As paisagens do Espinhaço e seus moradores marcaram os corações de nós caminhantes. Impossível conter as lágrimas ao pensar no que foi realizado. Ao pensar que estava feito aquilo que nos propomos a fazer.
Os últimos quilômetros antes de chegar à Diamantina foram marcados pela expectativa, pelos momentos de individualidade e reflexão, pelos bate papos sobre assuntos que parecem nunca se esgotar. Quantas pessoas estariam nos esperando na Igreja Matriz de Diamantina?
Seguindo pela antiga estrada de ferro, entramos por volta das 14h nas ruas calçadas da cidade. A sensação estranha de ter que se preocupar com os carros na rua era um incômodo. As pessoas nos olhavam com curiosidade e faziam comentários. Talvez alguns poucos soubessem o que estávamos acabando de fazer, mas para a maioria talvez fossemos apenas um bando de homens à toa, sem coisa melhor a fazer.
De repente, mais rápido do que se imaginava, estávamos no Centro Histórico de Diamantina em frente à Igreja Matriz. Jussara como sempre estava nos aguardando. Ao lado dela Marianne e Marcelo, a esposa e um amigo de Marcelo Vasconcelos, Cláudia da assessoria de comunicação. Rodrigo França que fez o último trecho da caminhada foi também cumprimentado por todos.
Como combinado à noite fizemos uma apresentação para mais de 100 moradores de Diamantina que se interessaram pelo tema e foram ao Mercado Municipal. Foi mais um dos emocionantes momentos da Expedição. Achávamos que o estoque de lágrimas já havia acabado durante a conversa da manhã, mas insistentemente elas teimavam em cair.
Expedição concluída. Agora voltamos à vida cotidiana. Voltamos para lugares onde muitas vezes nos sentimos estrangeiros, desajustados ao modo de vida da sociedade e ávidos por um novo grande desafio – nas montanhas é claro.
Texto: Herbert Pardini
Equipe da caminhada: Herbert Pardini, Marcelo Andrê, Bruno Costa e Silva, Marcelo Vasconcelos, Paulo Fiote e Rodrigo França.
Apoio: Ruslan Fernandes
21o. Dia – Sexta feira 22 de Setembro de 2006
Diamantina se aproxima.
Chuva, muita chuva a noite inteira. Acordado pelo barulho da chuva no telhado pensei em três coisas: primeiro - as roupas que os meninos deixaram lá fora para secar estão molhando; segundo - essa chuva vem em boa hora, espero que acabe com os focos de incêndio dos últimos dias; terceiro – assim como a saída de Ouro Preto a chegada em Diamantina deve ser debaixo d’água.
Pela manhã a água ainda caia de maneira considerável. Aproveitamos então para adiantar alguns detalhes da apresentação que seria feita na cidade de Diamantina para a população local. Organizado pela prefeitura do município, o evento no Mercado Municipal seria a primeiro momento formal de apresentação dos resultados da Expedição.
O tradicional lanche de campo foi feito em casa mesmo. Por volta de 12:40h saímos para nossa caminhada diária. A caminhada curta liga os vilarejos de Barão de Guaicuí e Bandeirinhas através do leito da antiga estrada de trem Diamantina / Corinto. Hoje abandonada a estrada serve de acesso secundário para o asfalto sendo percorrida normalmente a pé ou a cavalo pelos moradores da região. As formações rochosas encantam e se diferenciam do que foi visto anteriormente.
Atravessamos mais uma vez a BR-259 próximo a Bandeirinhas e seguimos mais 4km até o local onde nosso Apoio nos esperava. Diamantina estava muito próxima. De carro não mais que 10 minutos. Mas parece que insistimos em adiar ao máximo nossa chegada.
Amanhã chegaremos a Diamantina. Não há mais como fugir. Essa noite chegam Fiote e Rodrigo França, amigo que fará o último trecho da caminhada com a equipe.
Retornamos a Barão de Guaicuí para o nosso último jantar em campo. Trabalhamos até mais tarde para adiantar a apresentação a ser feita no dia seguinte.
Texto: Herbert Pardini
Equipe da caminhada: Herbert Pardini, Marcelo Andrê, Bruno Costa e Silva, Marcelo Vasconcelos.
Apoio: Ruslan Fernandes
Chuva, muita chuva a noite inteira. Acordado pelo barulho da chuva no telhado pensei em três coisas: primeiro - as roupas que os meninos deixaram lá fora para secar estão molhando; segundo - essa chuva vem em boa hora, espero que acabe com os focos de incêndio dos últimos dias; terceiro – assim como a saída de Ouro Preto a chegada em Diamantina deve ser debaixo d’água.
Pela manhã a água ainda caia de maneira considerável. Aproveitamos então para adiantar alguns detalhes da apresentação que seria feita na cidade de Diamantina para a população local. Organizado pela prefeitura do município, o evento no Mercado Municipal seria a primeiro momento formal de apresentação dos resultados da Expedição.
O tradicional lanche de campo foi feito em casa mesmo. Por volta de 12:40h saímos para nossa caminhada diária. A caminhada curta liga os vilarejos de Barão de Guaicuí e Bandeirinhas através do leito da antiga estrada de trem Diamantina / Corinto. Hoje abandonada a estrada serve de acesso secundário para o asfalto sendo percorrida normalmente a pé ou a cavalo pelos moradores da região. As formações rochosas encantam e se diferenciam do que foi visto anteriormente.
Atravessamos mais uma vez a BR-259 próximo a Bandeirinhas e seguimos mais 4km até o local onde nosso Apoio nos esperava. Diamantina estava muito próxima. De carro não mais que 10 minutos. Mas parece que insistimos em adiar ao máximo nossa chegada.
Amanhã chegaremos a Diamantina. Não há mais como fugir. Essa noite chegam Fiote e Rodrigo França, amigo que fará o último trecho da caminhada com a equipe.
Retornamos a Barão de Guaicuí para o nosso último jantar em campo. Trabalhamos até mais tarde para adiantar a apresentação a ser feita no dia seguinte.
Texto: Herbert Pardini
Equipe da caminhada: Herbert Pardini, Marcelo Andrê, Bruno Costa e Silva, Marcelo Vasconcelos.
Apoio: Ruslan Fernandes
20o. Dia – Quinta feira 21 de Setembro de 2006
Nem o início, nem o fim, prefiro o meio.
Mais uma vez ontem fui perguntado: Por que vocês estão fazendo isso? Mais uma vez ouvi ontem: Nossa, vocês são loucos!
Quanto à loucura não tenho dúvidas. Não somos loucos, malucos, aventureiros. Quanto às questões que nos motivam a acordar todo dia e caminhar e, em hipótese nenhuma, pensar em entrar em um carro para chegar mais rápido ao trecho de cada dia, sinceramente ainda não sei explicar muito bem.
Logicamente algumas coisas são fáceis de responder e são até óbvias: existe um levantamento de informações com embasamento científico, existe um levantamento de imagens tanto em vídeo, quanto em fotos e ilustrações de paisagens conhecidas por poucos, estamos contribuindo para divulgar um patrimônio da humanidade que é a Cadeia do Espinhaço. Mas acredito que outras coisas nos movem. Sentimentos simples, individuais, mas muito louváveis. Impossível desassociar a atração que as montanhas exercem sobre nós, do feito exploratório e científico.
Saímos de Gouveia em direção à Barão de Guaicui. Caminhada rápida pela serra, mas não menos importante que as anteriores. As formações rochosas impressionam, o cerrado após uma noite de chuva mostra toda sua vida, os caminhos de pedra nos fazem chegar suavemente ao alto.
Durante a caminhada de 12 km nos colocamos a pensar. Será que a chegada a Diamantina é o nosso objetivo maior? Será que a maior felicidade da Expedição será avistar o casario em estilo colonial? Ou será que as melhores lembranças destes dias de montanha estão ficando para trás? Aproveitando as palavras de Bruno, digo que certo é que a ansiedade da partida e a comemoração da chegada, não se comparam aos momentos vividos durante. Por isso talvez o meio seja melhor que o início e que o fim.
Continuamos dispondo da hospitalidade local. Ficaremos duas noites em Barão de Guaicui antes da chegada à Diamantina. Deixamos nosso imenso agradecimento ao Sr. Ismar Antunes, secretário de Meio Ambiente do município de Gouveia, entusiasta das expedições e das atividades na natureza.
Faltam 2 dias.
Texto: Herbert Pardini
Equipe da caminhada: Herbert Pardini, Marcelo Andrê, Bruno Costa e Silva, Marcelo Vasconcelos.
Apoio: Ruslan Fernandes
Mais uma vez ontem fui perguntado: Por que vocês estão fazendo isso? Mais uma vez ouvi ontem: Nossa, vocês são loucos!
Quanto à loucura não tenho dúvidas. Não somos loucos, malucos, aventureiros. Quanto às questões que nos motivam a acordar todo dia e caminhar e, em hipótese nenhuma, pensar em entrar em um carro para chegar mais rápido ao trecho de cada dia, sinceramente ainda não sei explicar muito bem.
Logicamente algumas coisas são fáceis de responder e são até óbvias: existe um levantamento de informações com embasamento científico, existe um levantamento de imagens tanto em vídeo, quanto em fotos e ilustrações de paisagens conhecidas por poucos, estamos contribuindo para divulgar um patrimônio da humanidade que é a Cadeia do Espinhaço. Mas acredito que outras coisas nos movem. Sentimentos simples, individuais, mas muito louváveis. Impossível desassociar a atração que as montanhas exercem sobre nós, do feito exploratório e científico.
Saímos de Gouveia em direção à Barão de Guaicui. Caminhada rápida pela serra, mas não menos importante que as anteriores. As formações rochosas impressionam, o cerrado após uma noite de chuva mostra toda sua vida, os caminhos de pedra nos fazem chegar suavemente ao alto.
Durante a caminhada de 12 km nos colocamos a pensar. Será que a chegada a Diamantina é o nosso objetivo maior? Será que a maior felicidade da Expedição será avistar o casario em estilo colonial? Ou será que as melhores lembranças destes dias de montanha estão ficando para trás? Aproveitando as palavras de Bruno, digo que certo é que a ansiedade da partida e a comemoração da chegada, não se comparam aos momentos vividos durante. Por isso talvez o meio seja melhor que o início e que o fim.
Continuamos dispondo da hospitalidade local. Ficaremos duas noites em Barão de Guaicui antes da chegada à Diamantina. Deixamos nosso imenso agradecimento ao Sr. Ismar Antunes, secretário de Meio Ambiente do município de Gouveia, entusiasta das expedições e das atividades na natureza.
Faltam 2 dias.
Texto: Herbert Pardini
Equipe da caminhada: Herbert Pardini, Marcelo Andrê, Bruno Costa e Silva, Marcelo Vasconcelos.
Apoio: Ruslan Fernandes
19o. Dia – Quarta feira 20 de Setembro de 2006
Educação e Hospitalidade: algo que falta nas cidades e sobra no interior
Você abriria sua casa para um desconhecido? Você colocaria dentro de sua casa um bando de homens sujos, com a barba por fazer a semanas, carregando mochilas e cajados? Pois bem, talvez a ingenuidade interiorana ou mesmo a confiança em que se tem nas pessoas, mesmo que desconhecidas, fez com que por mais de uma vez fossemos convidados a entrar em casas, tomar o tradicional cafezinho e mesmo almoçar.
Hoje foi mais um desses dias. Pelo trajeto planejado passamos por estradas abandonadas e picadas em meio a áreas de pastagens, chegando próximo à sedes de propriedades rurais. Nos chamou a atenção o número de fazendas antigas e bem conservadas na região. Em uma delas fomos convidados a entrar e o almoço foi inevitável. Arroz branco, feijão, carne cozida com mandioca e alface. Para a sobremesa um delicioso doce de leite.
Enquanto eu e Marcelo Andrê andávamos, Ruslan, Bruno e Vasconcelos seguiram para a cidade de Gouveia para encontrar um lugar para nosso pernoite. Chegando lá foram à Prefeitura Municipal. Como já se podia imaginar a recepção foi excelente, sendo que rapidamente já estavam até conversando com o Prefeito. Secretários de Esportes e Meio Ambiente se interessaram pelo Projeto da Expedição e logo disponibilizaram para a equipe o uso das instalações do clube campestre, onde teríamos banho quente e um local coberto para dormir.
Do pouco que vimos, gostamos muito do município de Gouveia. Uma paisagem diferenciada e bastante representativa. Infelizmente a localização do município acaba fazendo com que o turista tenha foco apenas em Diamantina ou nas cidades da borda leste do Espinhaço como Serro, Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras. Na próxima ida a Diamantina não deixe de tomar um banho no Rio Paraúna, parar nos moinhos de vento para sentir o ar das montanhas e conhecer as redondezas de Gouveia, como o Distrito de Barão de Guaicuí.
Mais um fato importante aconteceu no dia de hoje no que se refere às pesquisas realizadas por Marcelo Vasconcelos. Bruno conseguiu filmar duas aves de grande relevância para a Cadeia do Espinhaço: o joão-Cipó (Asthenes luizae) e o papa-moscas-de-costas-cinzentas (Polystictus superciliaris). Além disso, nos últimos dias foram identificadas espécies de aves que representam novos registros geográficos de grande relevância, citando-se, como exemplo, o beija-flor-asa-de-sabre (Campylopterus largipennis diamantinensis), o beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus) e o tibirro-rupestre (Embernagra longicauda).
Vale ressaltar ainda que Marcelo Vasconcelos encontrou em brejos de altitude da região da Serra do Cipó, no dia em que ficamos na sede do IBAMA na MG-010, o macuquinho-da-várzea (Scytalopus iraiensis). Esta espécie de ave foi descoberta e descrita apenas em 1998 no Paraná. O presente registro representa o limite Norte de sua distribuição geográfica e foi, sem sombra de dúvidas, a mais importante descoberta científica ocorrida durante a expedição.
Caminhamos 34km neste dia. Faltam 3 dias para a chegada a Diamantina.
Texto: Herbert Pardini
Equipe da caminhada: Herbert Pardini e Marcelo Andrê
Apoio: Ruslan Fernandes
Pesquisa: Marcelo Vasconcelos
Documentarista: Bruno Costa e Silva
Você abriria sua casa para um desconhecido? Você colocaria dentro de sua casa um bando de homens sujos, com a barba por fazer a semanas, carregando mochilas e cajados? Pois bem, talvez a ingenuidade interiorana ou mesmo a confiança em que se tem nas pessoas, mesmo que desconhecidas, fez com que por mais de uma vez fossemos convidados a entrar em casas, tomar o tradicional cafezinho e mesmo almoçar.
Hoje foi mais um desses dias. Pelo trajeto planejado passamos por estradas abandonadas e picadas em meio a áreas de pastagens, chegando próximo à sedes de propriedades rurais. Nos chamou a atenção o número de fazendas antigas e bem conservadas na região. Em uma delas fomos convidados a entrar e o almoço foi inevitável. Arroz branco, feijão, carne cozida com mandioca e alface. Para a sobremesa um delicioso doce de leite.
Enquanto eu e Marcelo Andrê andávamos, Ruslan, Bruno e Vasconcelos seguiram para a cidade de Gouveia para encontrar um lugar para nosso pernoite. Chegando lá foram à Prefeitura Municipal. Como já se podia imaginar a recepção foi excelente, sendo que rapidamente já estavam até conversando com o Prefeito. Secretários de Esportes e Meio Ambiente se interessaram pelo Projeto da Expedição e logo disponibilizaram para a equipe o uso das instalações do clube campestre, onde teríamos banho quente e um local coberto para dormir.
Do pouco que vimos, gostamos muito do município de Gouveia. Uma paisagem diferenciada e bastante representativa. Infelizmente a localização do município acaba fazendo com que o turista tenha foco apenas em Diamantina ou nas cidades da borda leste do Espinhaço como Serro, Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras. Na próxima ida a Diamantina não deixe de tomar um banho no Rio Paraúna, parar nos moinhos de vento para sentir o ar das montanhas e conhecer as redondezas de Gouveia, como o Distrito de Barão de Guaicuí.
Mais um fato importante aconteceu no dia de hoje no que se refere às pesquisas realizadas por Marcelo Vasconcelos. Bruno conseguiu filmar duas aves de grande relevância para a Cadeia do Espinhaço: o joão-Cipó (Asthenes luizae) e o papa-moscas-de-costas-cinzentas (Polystictus superciliaris). Além disso, nos últimos dias foram identificadas espécies de aves que representam novos registros geográficos de grande relevância, citando-se, como exemplo, o beija-flor-asa-de-sabre (Campylopterus largipennis diamantinensis), o beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus) e o tibirro-rupestre (Embernagra longicauda).
Vale ressaltar ainda que Marcelo Vasconcelos encontrou em brejos de altitude da região da Serra do Cipó, no dia em que ficamos na sede do IBAMA na MG-010, o macuquinho-da-várzea (Scytalopus iraiensis). Esta espécie de ave foi descoberta e descrita apenas em 1998 no Paraná. O presente registro representa o limite Norte de sua distribuição geográfica e foi, sem sombra de dúvidas, a mais importante descoberta científica ocorrida durante a expedição.
Caminhamos 34km neste dia. Faltam 3 dias para a chegada a Diamantina.
Texto: Herbert Pardini
Equipe da caminhada: Herbert Pardini e Marcelo Andrê
Apoio: Ruslan Fernandes
Pesquisa: Marcelo Vasconcelos
Documentarista: Bruno Costa e Silva
segunda-feira, setembro 25, 2006
18o. Dia – Terça feira 19 de Setembro de 2006
Parada Estratégica III
Pousada D’Irene em Vila Mascarenhas, este o local escolhido para mais uma parada. Depois de quatro dias de travessia entre as rodovias MG-010 e BR-259 era preciso parar. O trecho de aproximadamente 120 km exigiu paciência, persistência, perícia e, principalmente, disposição de todos.
O dia de parada foi acompanhado de banho no Rio Paraúna, drenagem que recebe o Rio Cipó e deságua no Rio das Velhas e de uma ida à Curvelo para reabastecimento do “cofre” da Expedição. Hoje também despediu-se da Expedição nosso mais novo amigo, Valdemir Cunha. Editor da Revista Terra, nos acompanhou durante a caminhada de quatro dias, vivendo cada segundo da expedição, inclusive carregando seu próprio equipamento e nos ajudando a organizar detalhes em campo. Valdemir volta para São Paulo com a intenção de finalizar a reportagem que irá às bancas no mês de Novembro próximo. Ficamos muito orgulhosos de tê-lo como companhia, primeiro por ser um grande homem e profissional, segundo por proporcionar à Expedição uma visibilidade nacional e até internacional. A reportagem sobre a Expedição Desafio do Espinhaço abre uma nova temporada na revista, onde temas ligados a projetos de pesquisa e expedições exploratórias, ganharão ainda mais destaque. Não deixem de conferir nas bancas em Novembro.
Querendo ou não percebo que a sensação de fim de festa camufladamente se apresenta no ar. Infelizmente a Expedição está caminhando para o seu término. A fase de implementação começa a chegar ao fim. Sem retrospectivas, afirmo que estes momentos vividos na montanha nunca serão esquecidos. Somando as qualidades de cada um e respeitando as diferenças, temos sabido conviver com lealdade e respeito uns com os outros.
Quando olhamos para trás, parece que estamos a meses no campo. Parece que a saída de Ouro Preto está bem distante e fazem apenas duas semanas. Tudo flui com facilidade, hoje não precisamos mais que uma hora e meia para acordar, arrumar equipamentos, tomar café, colocar tudo na Toyota e começar a caminhada. Caminhar 30 km em um mesmo dia parece ser algo cotidiano. Mas como já sabíamos, quando tudo chegasse nesse ponto, infelizmente a expedição estaria acabando.
Resolvemos analisar os mapas e modificar a rota de travessia. Decidimos sair da crista e chegar à cidade de Gouveia amanhã, seguindo a partir de lá como o planejado anteriormente. Amanhã seguimos viagem. Faltam 4 dias para a chegada em Diamantina.
Texto: Herbert Pardini
Pousada D’Irene em Vila Mascarenhas, este o local escolhido para mais uma parada. Depois de quatro dias de travessia entre as rodovias MG-010 e BR-259 era preciso parar. O trecho de aproximadamente 120 km exigiu paciência, persistência, perícia e, principalmente, disposição de todos.
O dia de parada foi acompanhado de banho no Rio Paraúna, drenagem que recebe o Rio Cipó e deságua no Rio das Velhas e de uma ida à Curvelo para reabastecimento do “cofre” da Expedição. Hoje também despediu-se da Expedição nosso mais novo amigo, Valdemir Cunha. Editor da Revista Terra, nos acompanhou durante a caminhada de quatro dias, vivendo cada segundo da expedição, inclusive carregando seu próprio equipamento e nos ajudando a organizar detalhes em campo. Valdemir volta para São Paulo com a intenção de finalizar a reportagem que irá às bancas no mês de Novembro próximo. Ficamos muito orgulhosos de tê-lo como companhia, primeiro por ser um grande homem e profissional, segundo por proporcionar à Expedição uma visibilidade nacional e até internacional. A reportagem sobre a Expedição Desafio do Espinhaço abre uma nova temporada na revista, onde temas ligados a projetos de pesquisa e expedições exploratórias, ganharão ainda mais destaque. Não deixem de conferir nas bancas em Novembro.
Querendo ou não percebo que a sensação de fim de festa camufladamente se apresenta no ar. Infelizmente a Expedição está caminhando para o seu término. A fase de implementação começa a chegar ao fim. Sem retrospectivas, afirmo que estes momentos vividos na montanha nunca serão esquecidos. Somando as qualidades de cada um e respeitando as diferenças, temos sabido conviver com lealdade e respeito uns com os outros.
Quando olhamos para trás, parece que estamos a meses no campo. Parece que a saída de Ouro Preto está bem distante e fazem apenas duas semanas. Tudo flui com facilidade, hoje não precisamos mais que uma hora e meia para acordar, arrumar equipamentos, tomar café, colocar tudo na Toyota e começar a caminhada. Caminhar 30 km em um mesmo dia parece ser algo cotidiano. Mas como já sabíamos, quando tudo chegasse nesse ponto, infelizmente a expedição estaria acabando.
Resolvemos analisar os mapas e modificar a rota de travessia. Decidimos sair da crista e chegar à cidade de Gouveia amanhã, seguindo a partir de lá como o planejado anteriormente. Amanhã seguimos viagem. Faltam 4 dias para a chegada em Diamantina.
Texto: Herbert Pardini
17o. Dia – Segunda feira 18 de setembro de 2006
Chegando a mais uma rodovia
Hoje tivemos que navegar bastante. O percurso era desconhecido e o uso do mapa foi fundamental. As trilhas em meio à serra são poucas. Às vezes encontramos alguns caminhos de cavaleiros, mas em geral acabamos atravessando campos apenas tendo como referência o rumo a seguir.
Já é possível perceber uma mudança climática a medida que avançamos. A vegetação também assume feições mais duras, áridas.
Mais uma vez o apoio foi fundamental no dia de hoje. Após dois acampamentos e quase 100km caminhados, ouvir a voz do Ruslan no rádio foi uma grande felicidade. A chegada do apoio no local combinado junto à rodovia serviu de referência para nossa navegação. Foram horas de descida em meio às pedras soltas do caminho. Saímos de 1300 metros de altitude, indo a 900 nas proximidades do Rio Paraúna, retornando aos 1200 do asfalto.
Foi um dia cansativo. Os pés continuam dando muito trabalho. Depois de vários dias andando o corpo está bem condicionado, tanto para o uso da mochila, quanto para as noites dormidas em barracas ou para as longas caminhadas diárias.
O encontro com o apoio foi muito comemorado. Deixamos as mochilas e caminhamos mais 12km até a rodovia. A chegada foi as 18:20h, já às escuras comemoramos mais uma conquista. Agora o próximo passo é mesmo a chegada à Diamantina. Estamos muito perto e, ao mesmo tempo, ainda longe. Faltam quase 100km.
Eu e Bruno fomos a um Posto Médico da cidade de Vila Mascarenhas para tratar os ferimentos dos pés. Amanhã paramos mais uma vez. A parada é necessária. Espero que apenas um dia seja suficiente para a recuperação.
Texto: Herbert Pardini
Equipe da caminhada: Herbert Pardini, Marcelo Andrê, Bruno Costa e Silva, Valdemir Cunha.
Apoio: Ruslan FernandesPesquisa: Marcelo Vasconcelos
Hoje tivemos que navegar bastante. O percurso era desconhecido e o uso do mapa foi fundamental. As trilhas em meio à serra são poucas. Às vezes encontramos alguns caminhos de cavaleiros, mas em geral acabamos atravessando campos apenas tendo como referência o rumo a seguir.
Já é possível perceber uma mudança climática a medida que avançamos. A vegetação também assume feições mais duras, áridas.
Mais uma vez o apoio foi fundamental no dia de hoje. Após dois acampamentos e quase 100km caminhados, ouvir a voz do Ruslan no rádio foi uma grande felicidade. A chegada do apoio no local combinado junto à rodovia serviu de referência para nossa navegação. Foram horas de descida em meio às pedras soltas do caminho. Saímos de 1300 metros de altitude, indo a 900 nas proximidades do Rio Paraúna, retornando aos 1200 do asfalto.
Foi um dia cansativo. Os pés continuam dando muito trabalho. Depois de vários dias andando o corpo está bem condicionado, tanto para o uso da mochila, quanto para as noites dormidas em barracas ou para as longas caminhadas diárias.
O encontro com o apoio foi muito comemorado. Deixamos as mochilas e caminhamos mais 12km até a rodovia. A chegada foi as 18:20h, já às escuras comemoramos mais uma conquista. Agora o próximo passo é mesmo a chegada à Diamantina. Estamos muito perto e, ao mesmo tempo, ainda longe. Faltam quase 100km.
Eu e Bruno fomos a um Posto Médico da cidade de Vila Mascarenhas para tratar os ferimentos dos pés. Amanhã paramos mais uma vez. A parada é necessária. Espero que apenas um dia seja suficiente para a recuperação.
Texto: Herbert Pardini
Equipe da caminhada: Herbert Pardini, Marcelo Andrê, Bruno Costa e Silva, Valdemir Cunha.
Apoio: Ruslan FernandesPesquisa: Marcelo Vasconcelos
16o. Dia – Domingo 17 de setembro de 2006
300 km
Nosso dia começou com a expectativa do alcance de mais um marco importante da Expedição – os 300 km de caminhada sobre as serras do Espinhaço. Faltavam apenas 13 km, que foram comemorados às margens do Rio Preto, com um bom banho.
Os dias quentes, secos e marcados pelas nuvens de fumaça dos incêndios, têm exigido bastante de nosso condicionamento físico. Para que os objetivos do dia sejam alcançados, estamos caminhando em média 5,4 km por hora, com mochilas que chegam próximo aos 25 quilos.
Infelizmente a paisagem neste dia continuou a mesma do anterior. Chamas e fumaça por todos os lados. Pensei até que teríamos problemas com o fogo. Hoje vimos 3 pessoas a cavalo. Desde o início da Expedição encontramos poucas companhias ao longo da Serra, talvez umas 6 no máximo.
À noite acampamos próximo a uma pequena drenagem. Não foi das melhores, mas devido ao avançar das horas após 30 km de caminhada, resolvemos parar por ali mesmo. Bruno por pouco conseguiu filmar o bote certeiro de uma cobra Jararaca em um sapo (exatamente onde tomamos banho).
Durante o jantar conversamos sobre aquilo que estávamos fazendo, sobre o lugar onde estávamos e o que já havia acontecido em 2 semanas de viagem. As referências mudaram, agora estando cada vez mais perto de Diamantina. Amanhã seguimos para a rodovia 259.
Texto: Herbert Pardini
Equipe da caminhada: Herbert Pardini, Marcelo Andrê, Bruno Costa e Silva, Valdemir Cunha.
Apoio: Ruslan Fernandes
Pesquisa: Marcelo Vasconcelos
Nosso dia começou com a expectativa do alcance de mais um marco importante da Expedição – os 300 km de caminhada sobre as serras do Espinhaço. Faltavam apenas 13 km, que foram comemorados às margens do Rio Preto, com um bom banho.
Os dias quentes, secos e marcados pelas nuvens de fumaça dos incêndios, têm exigido bastante de nosso condicionamento físico. Para que os objetivos do dia sejam alcançados, estamos caminhando em média 5,4 km por hora, com mochilas que chegam próximo aos 25 quilos.
Infelizmente a paisagem neste dia continuou a mesma do anterior. Chamas e fumaça por todos os lados. Pensei até que teríamos problemas com o fogo. Hoje vimos 3 pessoas a cavalo. Desde o início da Expedição encontramos poucas companhias ao longo da Serra, talvez umas 6 no máximo.
À noite acampamos próximo a uma pequena drenagem. Não foi das melhores, mas devido ao avançar das horas após 30 km de caminhada, resolvemos parar por ali mesmo. Bruno por pouco conseguiu filmar o bote certeiro de uma cobra Jararaca em um sapo (exatamente onde tomamos banho).
Durante o jantar conversamos sobre aquilo que estávamos fazendo, sobre o lugar onde estávamos e o que já havia acontecido em 2 semanas de viagem. As referências mudaram, agora estando cada vez mais perto de Diamantina. Amanhã seguimos para a rodovia 259.
Texto: Herbert Pardini
Equipe da caminhada: Herbert Pardini, Marcelo Andrê, Bruno Costa e Silva, Valdemir Cunha.
Apoio: Ruslan Fernandes
Pesquisa: Marcelo Vasconcelos
15o. Dia – Sábado 16 de setembro de 2006
Pastos Rupestres e o Breu em Chamas
Por mais alguns quilômetros o carro de apoio da Expedição acompanhou a equipe de caminhantes. Chegado o fim da linha para o veículo, colocamos as mochilas cargueiras nas costas e começamos nossa travessia com destino à rodovia BR-259 que liga os municípios de Curvelo a Diamantina. O apoio tem sido indispensável para esta Expedição, acredito que sem ele esta empreitada se tornaria bastante complicada.
Infelizmente a paisagem vista durante esse dia foi desoladora. Os campos rupestres deram lugar às pastagens. O gado podia ser visto por toda a região, disputando espaço entre as parcas áreas ainda não queimadas. Os campos pretos, as serras sendo consumidas. Não só a fumaça preta denunciava a presença dos focos de incêndio, como também os estalos ouvidos em meio às áreas de mata que se perdiam e o cheiro adocicado das Canelas de Ema em chamas.
A Serra do Abreu, conhecida apenas como Serra do Breu ardia em labaredas altas que podiam ser avistadas a quilômetros de distância. Se tivéssemos passado nesta região uma semana antes, provavelmente teríamos problema com os incêndios.
Caminhamos 25 km neste dia. Os pés começam a dar sinal de cansaço. Com exceção de Andrê, estamos tendo que conviver com o incômodo das bolhas nos pés. De qualquer modo o auto astral não deixa a moral cair e continuamos nossa caminhada.
Texto: Herbert Pardini
Equipe da caminhada: Herbert Pardini, Marcelo Andrê, Bruno Costa e Silva, Valdemir Cunha.
Apoio: Ruslan Fernandes
Pesquisador: Marcelo Vasconcelos
Por mais alguns quilômetros o carro de apoio da Expedição acompanhou a equipe de caminhantes. Chegado o fim da linha para o veículo, colocamos as mochilas cargueiras nas costas e começamos nossa travessia com destino à rodovia BR-259 que liga os municípios de Curvelo a Diamantina. O apoio tem sido indispensável para esta Expedição, acredito que sem ele esta empreitada se tornaria bastante complicada.
Infelizmente a paisagem vista durante esse dia foi desoladora. Os campos rupestres deram lugar às pastagens. O gado podia ser visto por toda a região, disputando espaço entre as parcas áreas ainda não queimadas. Os campos pretos, as serras sendo consumidas. Não só a fumaça preta denunciava a presença dos focos de incêndio, como também os estalos ouvidos em meio às áreas de mata que se perdiam e o cheiro adocicado das Canelas de Ema em chamas.
A Serra do Abreu, conhecida apenas como Serra do Breu ardia em labaredas altas que podiam ser avistadas a quilômetros de distância. Se tivéssemos passado nesta região uma semana antes, provavelmente teríamos problema com os incêndios.
Caminhamos 25 km neste dia. Os pés começam a dar sinal de cansaço. Com exceção de Andrê, estamos tendo que conviver com o incômodo das bolhas nos pés. De qualquer modo o auto astral não deixa a moral cair e continuamos nossa caminhada.
Texto: Herbert Pardini
Equipe da caminhada: Herbert Pardini, Marcelo Andrê, Bruno Costa e Silva, Valdemir Cunha.
Apoio: Ruslan Fernandes
Pesquisador: Marcelo Vasconcelos
sexta-feira, setembro 22, 2006
quinta-feira, setembro 21, 2006
Festa em Diamantina marca chegada da Expedição Desafio do Espinhaço
Neste sábado, a partir das 13 horas, população da cidade recebe a equipe da maior expedição científica do ano. Desde o dia 02 de setembro, montanhistas percorrem a pé a Serra do Espinhaço registrando as riquezas naturais e o povo mineiro.
Belo Horizonte, Setembro de 2006 – Neste sábado (23/09), a partir das 13 horas, a população de Diamantina recebe uma equipe especial de visitantes. A Expedição Desafio do Espinhaço, maior aventura científica do ano, chega ao último dia de caminhada. Após 22 dias e quase 500 km de caminhada, os montanhistas da expedição serão recepcionados na Catedral Metropolitana de Santo Antônio, no Centro Histórico de Diamantina. No mesmo dia, a partir das 20 horas, a população confere as descobertas da equipe em uma seção especial no Mercado Velho, na Praça Barão do Guaicuí, no Centro. Na ocasião, haverá também a apresentação da Banda Mirim Prefeito Antônio de Carvalho Cruz.
Belo Horizonte, Setembro de 2006 – Neste sábado (23/09), a partir das 13 horas, a população de Diamantina recebe uma equipe especial de visitantes. A Expedição Desafio do Espinhaço, maior aventura científica do ano, chega ao último dia de caminhada. Após 22 dias e quase 500 km de caminhada, os montanhistas da expedição serão recepcionados na Catedral Metropolitana de Santo Antônio, no Centro Histórico de Diamantina. No mesmo dia, a partir das 20 horas, a população confere as descobertas da equipe em uma seção especial no Mercado Velho, na Praça Barão do Guaicuí, no Centro. Na ocasião, haverá também a apresentação da Banda Mirim Prefeito Antônio de Carvalho Cruz.
Depois de vários dias percorrendo a Cordilheira do Espinhaço, fazendo descobertas e registrando em vídeos, ilustrações científicas, textos e fotos, os montanhistas Herbert Pardini, Marcelo Andrê, Marcelo Vasconcelos, Bruno Costa, Paulo Fiote e o motorista e braço direito Ruslan Fernandes finalizam a aventura iniciada em Ouro Preto, no dia 02 de setembro. As comemorações vão para o sucesso do objetivo alcançado, o total entrosamento do grupo, as belezas encontradas pelo caminho e o aprendizado nos momentos difíceis.
“A Expedição Desafio do Espinhaço é importante pelo caráter cientifico e histórico. Tudo que gera conhecimento é relevante para a população e essa aventura veio enriquecer nosso acervo sobre a Cordilheira do Espinhaço”, afirma Márcia Dayrell, Secretária Municipal de Cultura, Turismo e Patrimônio de Diamantina.
A Expedição Desafio do Espinhaço é formada por dois montanhistas, um biólogo, um jornalista e um ilustrador especialista em natureza. O grupo saiu de Ouro Preto rumo à cidade de Diamantina e o trajeto percorrido abrange um cenário considerado fantástico por especialistas em meio ambiente: a Cordilheira do Espinhaço. Ao final do percursso, esses profissionais terão caminhado aproximadamente 500 km pela crista da Serra do Espinhaço, identificando espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção.
SERVIÇO
Evento: Chegada da Expedição Desafio do Espinhaço
Data: 23 de setembro
Horário: 13 horas
Local: Catedral Metropolitana de Santo Antônio
Centro Histórico – Diamantina - MG
Evento: Projeção de fotos, imagens e bate-papo com a equipe
Com apresentação da banda mirim Prefeito Antônio de Carvalho Cruz
Data: 23 de setembro
Horário: 20 horas
Local: Mercado Velho – Praça Barão do Guaicuí
Centro Histórico – Diamantina - MG
Assessoria de Imprensa Expedição Desafio do Espinhaço
Nouvelle Comunicação – www.nouvellecomunicacao.com.br
E-mail: nouvelle@nouvellecomunicacao.com.br
Telefax: 31.3214.0836 / 31.3241.6935
Jornalista Responsável: Janaina Zonzin (Mtb08908MG)
Cel: 31.9164.5135
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Graciele Ladeia - Cel: 31.9103.0656
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Cláudia Lima – Cel: 31. 8761.9758
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